quinta-feira, 27 de agosto de 2009

DESPEJO VIOLENTO NO BAIRRO DE CAPÃO REDONDO, SÃO PAULO, SP

Policiais militares paulistas efetuaram no dia 24/08/2009, uma violenta reintegração de posse no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. No começo da manhã, moradores resistiram e atearam fogo em barracos e em um veículo. Os focos de incêndio já foram controlados.

O terreno pertence à Viação Campo Limpo e estava ocupado desde 26 de agosto de 2007, segundo Felícia Mendes Dias, 51, coordenadora do Fórum de Moradia e Meio Ambiente de São Paulo. Ela afirma que o local estava vazio havia cinco anos e que os sem-teto não encontravam o proprietário para uma possível negociação.

De acordo com Dias, a saída deveria ocorrer pacificamente, mas a polícia agiu com truculência. Já a Polícia Militar informou que foi obrigada a usar bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os moradores, que reagiram à operação.

Uma pessoa ficou ferida, atingida por bala de borracha. Outros dois moradores foram detidos por lançar rojões contra os PMs, informou o coronel Augusto Botelho, comandante da operação.

Tratores estão no local para destruir as construções. Com a retirada das famílias, muitos móveis permanecem nas ruas e caminhões de mudança circulam na região.

Moradores resistem à reintegração

A PM informou que o proprietário do terreno ofereceu mudança para os moradores, mas que muitos rejeitaram, pois teriam ir para albergues que não acolhem famílias completas; e optaram por providenciar o transporte. Alguns, no entanto, reclamam que não têm como retirar os pertences do local.

Segundo avaliação da polícia, cerca de 800 famílias - ou 2.000 pessoas - viviam no local. No total, cerca de 250 PMs do 37º Batalhão, da tropa de choque, da Força Tática e da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas) estão no local, além do helicóptero Águia, da PM.A reintegração foi concluída ainda no dia 24. Tratores estão no local para destruir as construções.

Em nota, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) informou que as famílias pretendem realizar uma ocupação em praça pública após a reintegração. O grupo reivindica atendimento emergencial pela CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano).

Assalto e atropelamento

Dois repórteres fotográficos foram assaltados na comunidade no início da manhã, antes da confusão entre moradores e PMs. Segundo relatos passados à polícia, eles foram rendidos por cinco homens armados e tiveram os equipamentos e dinheiro roubados.

Por volta das 11h, um policial militar que acompanhava os trabalhos foi atropelado por uma moto nas imediações do terreno. Com uma fratura na perna, ele foi levado ao hospital da corporação.

A reintegração de posse suspendeu nesta segunda-feira as aulas para cerca de 4.500 alunos de quatro escolas municipais. Segundo a Secretaria Municipal da Educação, a medida foi solicitada pela Polícia Militar e publicada no "Diário Oficial" do último sábado. As aulas devem permanecer suspensas na terça (25) nas Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) George Savala Gomes e Dolores Duran e nas Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) Maria Rita de Cássia Pinheiro Simões e Iracema Marques.

O terreno alvo da reintegração de posse fica na rua Ana Aslan.

Reintegração

No começo da manhã, os moradores do terreno - que pertence à Viação Campo Limpo - resistiram à reintegração de posse e queimaram barracos e um carro. A polícia afirma que precisou usar bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os manifestantes.

Morador diz ter perdido R$ 3.000 em móveis durante reintegração de posse em SP

O autônomo Ricardo Gonçalves, 28, diz não ter para onde ir após ser despejado de seu barraco na ocupação dos sem teto do Parque Novo Engenho, região de Capão Redondo, zona sul de São Paulo.

"Vou ficar aqui sentado na calçada", diz Gonçalves, que afirma ter perdido R$ 3.000 em móveis durante a reintegração de posse do terreno em que morava havia dois anos.

Segundo Gonçalves, a tropa de choque destruiu seu barraco enquanto entrava no terreno. A Polícia Militar nega que tenha destruído casa de moradores e afirma que empregou apenas a força "estritamente necessária" para a reintegração.

Separado e pai de dois filhos - que vivem em Minas Gerais com a mãe dele - o autônomo vivia sozinho no barraco.

"Graças a Deus que meus filhos estão lá com a avó. Eu não sei o que faria se eles estivessem aqui na rua comigo", afirma Gonçalves.

Ele diz ter perdido um estante, uma TV, um guarda-roupas, uma cama, um tanque de lavar roupa e um fogão.

"Além de toda a mão de obra e material que eu gastei para construir o barraco", afirmou o autônomo.

Questionado sobre o que vai fazer agora, Gonçalves responde que não sabe.

"Se você vier aqui amanhã neste mesmo horário [por volta das 13h30] eu vou estar aqui na rua", diz.

A reintegração no terreno pertencente à Viação Campo Limpo começou por volta das 6h. De acordo com o coronel Augusto Botelho, comandante da operação, os moradores resistiram e atearam fogo em barracos, montaram barricadas e atiraram objetos contra os policiais, que revidaram com bombas de efeito moral e balas de borracha. Um morador ficou ferido.

Cerca de 150 moradores despejados do Parque Novo Engenho, região de Capão Redondo, zona sul de São Paulo, estão desde então acampados em algumas ruas ao lado do terreno, informou a Polícia Militar. Naquele dia, moradores resistiram e atearam fogo em barracos e em um veículo. A operação de reintegração de posse terminou com três pessoas detidas, e ao menos um morador e um policial militar ferido.

Segundo o tenente-coronel Carlos de Carvalho Junior, os moradores que decidiram ficar na região afirmaram não ter para onde ir. A Polícia Militar informou que continuará no local para garantir que não ocorram novos tumultos. De acordo com o oficial, a situação no local na noite de hoje é tranquila e não houve novos tumultos.

O terreno estava ocupado desde agosto de 2007, segundo Felícia Mendes Dias, 51, coordenadora do Fórum de Moradia e Meio Ambiente de São Paulo. Ela afirma que o local estava vazio havia cinco anos e que os sem-teto não encontravam o proprietário para uma possível negociação.

De acordo com Dias, a saída deveria ocorrer pacificamente, mas a polícia agiu com truculência. Já a Polícia Militar informou que foi obrigada a usar bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os moradores, que reagiram à operação. Muitos moradores reclamaram que perderam tudo o que tinham.

Em nota, a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo) informou que um diretor da entidade chegou a pedir na Justiça o adiamento da reintegração, sem sucesso.

Segundo o órgão, os moradores despejados integram o FLM (Frente de Luta pela Moradia), que foi orientada a fazer uma lista com as famílias "mais necessitadas para o atendimento emergencial".

"A reintegração não cessará a negociação que a Cohab estabeleceu com a FLM. A Companhia prepara neste momento um plano de atendimento que inclui os programas da Secretaria Municipal de Assistência Social e carta de crédito da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano para as que tiverem renda. Trata-se de uma verba para a compra da casa própria, financiada com subsídio pelo Estado", informou a Cohab.

Posse de terreno na zona sul de SP é devolvida a proprietário após reintegração

A Polícia Militar afirma que terminou sua missão de apoiar os oficiais de Justiça na ação de reintegração de posse de um terreno no Parque Novo Engenho, região de Capão Redondo, zona sul de São Paulo, e que a posse do terreno já foi devolvida à empresa proprietária, a Viação Campo Limpo. egundo a PM, a situação no local era tranquila na manhã de 25/8. Nenhum incidente foi registrado, e o contingente de policiais nas imediações do terreno - ontem de 250 - foi reduzido. Segundo um dos comandantes da operação, o coronel Carlos Carvalho Jr., cerca de 80 policiais devem continuar por lá até o final da tarde desta terça, quando a PM deve sair definitivamente do local.

Cerca de cem pessoas ainda acampam com seus pertences na rua Ana Aslan, em frente ao terreno. Segundo Carvalho, a PM não pode impedir que algumas pessoas continuem acampadas por ali nos próximos dias.

"A polícia não pode interferir no direito de ir e vir das pessoas. Se quiserem ficar lá, não podemos fazer nada", diz.

Durante a madrugada, os bombeiros combateram novos focos de incêndio que destruíam os destroços dos barracos no terreno. Ainda segundo Carvalho, todos estavam controlados pela manhã.

Sem aulas

As aulas em quatro colégios municipais da região permanecem suspensas nesta terça. No total, 4.500 alunos das Emeis (Escolas Municipais de Educação Infantil) George Savala Gomes e Dolores Duran e das Emefs (Escolas Municipais de Ensino Fundamental) Maria Rita de Cássia Pinheiro Simões e Iracema Marques estão sem aulas.

Segundo a Secretaria Municipal da Educação, a medida foi solicitada pela Polícia Militar e publicada no "Diário Oficial" do último sábado. As aulas devem ser retomadas normalmente nesta quarta-feira.

O terreno estava ocupado desde agosto de 2007, segundo Felícia Mendes Dias, 51, coordenadora do Fórum de Moradia e Meio Ambiente de São Paulo. Ela afirma que o local estava vazio havia cinco anos e que os sem-teto não encontravam o proprietário para uma possível negociação.

De acordo com Dias, a saída deveria ocorrer pacificamente, mas a polícia agiu com truculência. Já a Polícia Militar informou que foi obrigada a usar bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os moradores, que reagiram à operação.

Negociação

Em nota, a Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo) informou que um diretor da entidade chegou a pedir na Justiça o adiamento da reintegração, sem sucesso.

Segundo o órgão, os moradores despejados integram a FLM (Frente de Luta pela Moradia), que foi orientada a fazer uma lista com as famílias "mais necessitadas para o atendimento emergencial".

"A reintegração não cessará a negociação que a Cohab estabeleceu com a FLM. A Companhia prepara neste momento um plano de atendimento que inclui os programas da Secretaria Municipal de Assistência Social e carta de crédito da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano para as que tiverem renda. Trata-se de uma verba para a compra da casa própria, financiada com subsídio pelo Estado", informou a Cohab.

Anistia Internacional pede que pessoas protestem contra reintegração

Em comunicado com data desta quarta-feira (27), a organização não-governamental de direitos humanos Anistia Internacional pede a seus ativistas e simpatizantes que escrevam às autoridades brasileiras protestando contra a reintegração de posse de um terreno no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, e pedindo que algo seja feito para ajudar 500 famílias que ficaram sem-teto após a desocupação.

"Mais de 500 famílias, incluindo idosos e bebês com um mês de idade, têm apenas um pedaço de plástico para se cobrir", diz o comunicado.

Segundo a nota, não havia representantes das autoridades municipais e estaduais, a polícia não tentou negociar com as famílias, e o despejo foi feito condições climáticas adversas. A AI ressalta ainda que a reintegração foi feita com balas de borracha, gás lacrimogêneo, helicópteros e tratores para dispersar as famílias e limpar a área. "Cenas de pânico ocorreram quando moradores tentavam ajudar crianças e idosos a escapar de maneira segura de incêndios", diz o comunicado.

A ONG pede que as pessoas escrevam imediatamente ao prefeito de São Paulo Gilberto Kassab e ao secretário especial de Direitos Humanos Paulo Vannuchi expressando preocupação por 800 famílias terem perdido suas casas e 500 - entre elas 200 crianças - estarem sem lugar para morar e pedindo às autoridades municipais que providenciem abrigo, comida, água e assistência médica aos desabrigados.

O comunicado pede ainda que as pessoas "demonstrem preocupação a respeito da violência policial em desocupações" e clamem para que todos os despejos sejam suspensos e para que as autoridades brasileiras desenvolvam planos habitacionais.

O terreno estava ocupado desde agosto de 2007, segundo Felícia Mendes Dias, 51, coordenadora do Fórum de Moradia e Meio Ambiente de São Paulo. Ela afirma que o local estava vazio havia cinco anos e que os sem-teto não encontravam o proprietário para uma possível negociação.

De acordo com Dias, a saída deveria ocorrer pacificamente, mas a polícia agiu com truculência. Já a Polícia Militar informou que foi obrigada a usar bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os moradores, que reagiram à operação.

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